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Por Redação Rádio Caiçara | 2 de março de 2022
Um movimento com dezenas de participantes e bandeiras estampadas pela frase “Violência contra as mulheres NÃO” chamou a atenção do público nas praias de Capão da Canoa, Imbé e Torres, no Litoral Norte do Estado. O grupo, que participa do comitê gaúcho da campanha “Eles Por Elas”, da Organização das Nações Unidas (ONU), pede um olhar mais atento sobre casos que possam estar ocorrendo na família, trabalho e outros ambientes.
O grupo fez abordagens de conscientização aos veranistas, conversando sobre violência, do assédio e do abuso contra o público feminino. Também entregou material informativo durante o trajeto e orientou as pessoas sobre as formas de agir, para que qualquer um possa fazer a denúncia, quando identificar casos de violência física, sexual ou psicológica.
De acordo com o coordenador do comitê, deputado estadual Edegar Pretto (PT), as pessoas estão abertas e querendo conversar sobre o assunto. O parlamentar ressalta que a praia, onde homens e mulheres estão com as suas famílias reunidas em confraternização, é um ambiente propício ao diálogo franco e transparente sobre como reduzir os números assustadores de violência contra as mulheres registrados no Rio Grande do Sul.
“É muito grave nós termos perdido 97 mulheres vítimas de feminicídios, só no ano passado. Milhares de mulheres estão sofrendo violência neste momento, e muitas delas estão quietas porque ainda não sentiram a proteção do Estado e a mobilização da sociedade para acolhê-las como vítimas e sem julgamento”, ressalta.
O advogado porto-alegrense Egbert Mallmann, 37 anos, ficou sabendo da campanha no litoral pelas redes sociais e fez questão de caminhar junto com a namorada Mariana Dermmam, também advogada, em apoio à causa:
“Uma campanha de combate à violência contra as mulheres é especialmente importante nessa época de carnaval, onde os índices aumentam bastante. Nós, homens, precisamos nos engajar, dialogando com outros homens sobre assuntos como consentimento, abusos e sobre as diferentes formas de violências contra mulheres e meninas”.
No Rio Grande do Sul, o número de feminicídios tem crescido a cada ano. Os 97 casos ocorridos em 2021 (três em municípios do Litoral Norte) representaram uma alta de 21% em relação às 80 vítimas do ano anterior. Só em janeiro de 2022, esse tipo de crime custou as vidas de dez gaúchas.
Eles Por Elas
O movimento mundial “Eles por Elas” (“He for She”, em inglês) envolve um esforço global criado em 2014 para difundir a conscientização pelo fim de todas as formas de discriminação e violência contra mulheres e meninas.
Também faz parte de seus objetivos orientar a mulher para que se reconheça dentro de um ciclo de violência e tenha coragem de romper o silêncio, denunciando o agressor.
O Rio Grande do Sul foi o primeiro Estado brasileiro a aderir à mobilização, com um comitê apartidário e composto por empresas, universidades, instituições públicas, de segurança, Judiciário, artistas e clubes de futebol. É o único autorizado pela ONU no País.
Nos últimos anos, tem realizado campanhas de conscientização, conversando com o público masculino para que possa atuar como multiplicador da ideia junto a outros homens. Isso inclui familiares, amigos e colegas de trabalho, por exemplo.
(Marcello Campos)
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