Terça-feira, 21 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 24 de fevereiro de 2022
A China rejeitou chamar os ataques da Rússia sobre a Ucrânia de “invasão” e fez um apelo para que todos os lados exerçam contenção. No entanto, o governo do país aconselhou seus cidadãos na Ucrânia a permanecerem em casa ou ao menos tomarem a precaução de exibir uma bandeira chinesa se precisassem dirigir para qualquer lugar.
As forças russas nesta quinta-feira (24) dispararam mísseis em várias cidades da Ucrânia e desembarcaram tropas em sua costa, disseram autoridades e mídia, depois que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, autorizou o que ele chamou de uma “operação militar especial no leste ucraniano”.
“A China está monitorando de perto a situação mais recente. Pedimos todos os lados a exercer contenção para evitar que a situação fique fora de controle”, disse Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
Em uma reunião de imprensa diária em Pequim, Hua repreendeu os jornalistas pela caracterização que fizeram das ações da Rússia. “Esta talvez seja uma diferença entre a China e vocês, ocidentais. Não vamos nos precipitar em tirar conclusões”, disse ela.
“Com relação à definição de uma invasão, acho que devemos voltar à forma de ver a situação atual na Ucrânia. A questão ucraniana tem outros antecedentes históricos muito complicados que continuam até hoje. Pode não ser o que todos querem ver.”
O ataque da Rússia à Ucrânia vem semanas depois que o presidente russo Vladimir Putin se reuniu com seu homólogo chinês, Xi Jinping, pouco antes dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim. Os dois lados anunciaram uma parceria estratégica destinada a combater a influência dos Estados Unidos e disseram que não teriam “áreas ‘proibidas’ de cooperação”. Os Jogos terminaram no domingo.
Xi e Putin desenvolveram uma estreita parceria ao longo dos anos, mas as ações da Rússia na Ucrânia colocaram a China, que tem um princípio de política externa de não-interferência, em uma posição incômoda, dizem os especialistas.
Perguntado se Putin tinha dito à China que estava planejando invadir a Ucrânia, Hua disse que a Rússia, como potência independente, não precisava buscar o consentimento da China.
“Ela decide e implementa independentemente sua própria diplomacia e estratégia de acordo com seu próprio julgamento estratégico e interesses”, disse a porta-voz. “E também gostaria de acrescentar que toda vez que os chefes de Estado se reúnem, é claro que eles trocam opiniões sobre questões de interesse comum.”
Espera-se que a China apoie a Rússia diplomática e talvez economicamente, mas não militarmente. Hua, em resposta a uma pergunta feita na quinta-feira, disse que a China não havia fornecido nenhum apoio militar à Rússia.
No Ar: Caiçara Confidencial