Quinta-feira, 28 de março de 2024

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Voltar China registra mais de 20 mil casos de coronavírus em um dia e bate recorde desde o início da pandemia

A China registrou nesta quarta-feira (6) mais de 20 mil novos casos de covid-19, o maior balanço diário desde o início da pandemia, com maioria das infecções na capital econômica Xangai, que fez concessões nesta quarta a uma impopular política de isolamento que separou crianças de seus pais e provocou protestos públicos. No entanto, estendeu um lockdown em toda a cidade, numa medida que deixou alguns moradores com dificuldade para comprar comida.

A Comissão Nacional da Saúde informou 20.472 contágios em 24 horas, o que supera os números do primeiro surto da pandemia detectado há dois anos na cidade de Wuhan, na região central do país.

Mas ao contrário do que aconteceu em 2020, a maioria dos casos registrados atualmente é de pacientes assintomáticos e as autoridades de saúde não informaram nenhuma morte provocada pela covid nesta quarta.

Na terça-feira (5), foram registrados, só em Xangai, 16.766 novos casos de coronavírus assintomáticos, quase 90% do total nacional, enquanto na segunda-feira, foram 13.086. Os casos sintomáticos, que a China conta separadamente, foram de 268 para 311.

Separação de crianças

O bloqueio da cidade mais populosa da China, que começou em partes de Xangai há 10 dias e agora confinou quase todos os seus 26 milhões de habitantes em casa, interrompeu massivamente a vida cotidiana e os negócios.

As críticas públicas às restrições, parte da estratégia de eliminação da covid de Pequim, variaram de reclamações sobre centros de quarentena lotados e insalubres a dificuldades na compra de alimentos ou no acesso a tratamento médico.

Embora o número de casos de Xangai permaneça pequeno para os padrões globais, a cidade surgiu como um banco de testes para a estratégia anti-covid de “limpeza dinâmica” da China, que busca testar, rastrear e colocar em quarentena centralmente todos os casos positivos e seus contatos próximos.

Analistas dizem que o impacto das restrições na economia está aumentando, especialmente para pequenas empresas, com quase 200 milhões de pessoas em toda a China sob algum tipo de lockdown, segundo estimativas do banco japonês Nomura.

A mais controversa das práticas de Xangai foi separar as crianças positivas para covid-19 de seus pais, o que veio à tona no último sábado (2) e desencadeou um sentimento de revolta em todo o país.

O governo de Xangai respondeu às críticas há dois dias, permitindo que os pais que também foram infectados acompanhassem seus filhos aos centros de isolamento da covid. As queixas, contudo, persistiram sobre crianças separadas de pais que não testaram positivo.

Concessão adicional

Em outra concessão, uma autoridade de saúde de Xangai disse que tutores de crianças com necessidades especiais infectadas com covid agora podem se inscrever para acompanhá-las, mas precisariam cumprir certas regras e assinar uma carta dizendo que estavam cientes dos riscos.

Quando pressionado por mais informações, o governo de Xangai disse que havia emitido diretrizes para instituições médicas relevantes e que os pais que quisessem acompanhar seus filhos poderiam consultar essas instituições.

Os comentários trouxeram alívio público generalizado, especialmente entre os pais, embora alguns questionassem por que ainda havia a necessidade de se inscrever. Uma hashtag sobre o assunto na plataforma de mídia social chinesa Weibo atraiu mais de 40 milhões de visualizações na tarde de quarta-feira.

“Esta é a coisa certa a fazer, realizar a gestão de forma humana”, disse um comentário amplamente curtido no Weibo.

Xangai também disse nesta quarta-feira que realizará outra rodada de testes em toda a cidade, uma mistura de testes de antígeno e ácido nucleico. As restrições aos movimentos dos moradores continuarão até que eles possam avaliar os resultados dos testes, disseram autoridades.

Há sinais de que as medidas, inicialmente programadas para durar cerca de cinco dias para a maioria, estão desgastando os nervos dos moradores. Muitos estão começando a se preocupar com comida e água potável, pois os supermercados permanecem fechados e as entregas são restritas.

Alguns reclamaram em postagens nas mídias sociais de ter que acordar de madrugada para ter a chance de agendar uma entrega de supermercado e encontrá-los esgotados em segundos. Outros recorreram a grupos comunitários do WeChat para tentar comprar frutas e vegetais em grandes quantidades.

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