Quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 11 de agosto de 2023
Uma nova técnica de cesariana tem ganhado espaço na mídia e nos hospitais. Trata-se da Cesariana MAC, sigla para o termo em inglês Maternal Assisted Caesarean Section ou “cesariana assistida pela mãe”, em tradução livre. O método permite que as mulheres retirem o filho do próprio útero durante o parto.
Seus defensores afirmam que a técnica empodera a mãe e ajuda as mães a se conectarem com seus bebês, humanizando a cesariana. Entretanto, especialistas contraindicam a MAC. Nesta semana, a Febrasgo – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, se posicionou contra a técnica devido a riscos associados à segurança.
“Esse é um procedimento sem evidências significativas de sua segurança. Não encontra amparo em protocolos, recomendações ou estudos bem desenhados”, afirma o comunicado da Febrasgo.
Ainda segundo a Febrasgo, existem práticas mais seguras que podem ser adotadas com a mesma finalidade de melhorar o vínculo com o recém-nascido.
As potenciais complicações associadas ao ato da própria mãe retirar o bebê do útero durante a cesárea são infecções; aumento do tempo cirúrgico; perda de sangue; aumento das incisões; lesões em outros órgãos; atraso na avaliação e assistência neonatal; maior consumo de material e aumento do custo do procedimento.
A entidade também alerta que alguns itens do código de ética médica podem ser infringidos em casos de divulgação ou realização de procedimentos médicos não reconhecidos cientificamente, como a MAC. A prática só deve ser realizada durante estudos clínicos aprovados.
Desejo da mãe
Algumas mães, porém, já têm cesarianas marcadas e planejam continuar realizando a MAC. É o caso de Déborah Loures, 29 anos, moradora de Goiânia. O parto dela deve acontecer na segunda semana de setembro e a esteticista pretende fazer o procedimento, caso seja autorizada pela médica.
“Quando tive meu primeiro filho, já queria fazer a MAC. Não foi possível porque ele não estava bem encaixado, mas tenho certeza que isso vai trazer muitos benefícios psicológicos e emocionais para mim”, opina.
Para Déborah, a cesariana tradicional é muito engessada e não permite à mãe ser parte do procedimento. Ela está gestando Otávio e é mãe de Olavo, de 2 anos, que nasceu também em uma cesariana, mas sem MAC. “Acredito que vai ser uma experiência de parto incrível”, afirma.
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