Sábado, 27 de julho de 2024

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Voltar “Cápsula do tempo”: cientistas encontram gotas de água com 600 milhões de anos no Himalaia

Um estudo científico realizado por uma equipe do Instituto Indiano de Ciências e da Universidade de Niigata, no Japão, descobriu gotículas de água de milhões de anos localizadas em depósitos minerais no Himalaia Ocidental. A descoberta foi apontada como uma espécie de “cápsula do tempo” e poderia revelar a ligação entre dois períodos históricos do planeta.

Ao longo da história, o interesse da humanidade em saber o que aconteceu em períodos anteriores sempre foi grande. Seja para saber como viviam as civilizações de outros tempos ou para saber o que se passava na Terra, foram incessantes os estudos e investigações de todo o tipo. Graças à tecnologia e às novas ferramentas disponíveis, o conhecimento continua avançando e com o passar do tempo mais detalhes sobre o passado são revelados.

A constatação desta investigação recente significou uma importante mudança na forma de olhar para a história do desenvolvimento do planeta. As gotas de água retidas no Himalaia corresponderiam ao período de glaciação global, também conhecido como “Terra Bola de Neve”, conforme publicado recentemente na revista científica Precambrian Research. O referido período ocorreu entre 500 e 700 milhões de anos atrás e é assim chamado porque nessa época o planeta estava coberto por espessas camadas de gelo.

O período da era do gelo global foi seguido por um aumento na quantidade de oxigênio na Terra, condição que deu origem ao desenvolvimento de formas complexas de vida. O que não estava claro para a comunidade científica até agora é como a conexão entre as duas etapas foi produzida. A verdade é que a nova descoberta pode ser a chave para descobri-la.

As gotículas de água foram encontradas em rochas marinhas, e a descoberta mais importante é que as bacias não tiveram aportes de cálcio por muito tempo, já que os oceanos não tinham fluxo. Segundo a pesquisa, essa falta de cálcio permitiu o desenvolvimento de cianobactérias fotossintéticas, que teriam gerado a emissão de mais oxigênio ao sintetizar nutrientes. Por sua vez, também teria havido um acúmulo de magnésio que também favoreceu a produção de oxigênio fotossintético.

Dessa forma, poderia ter sido encontrado um primeiro elo entre os períodos históricos de glaciação global e o enorme aumento da quantidade de oxigênio que ocorreu no planeta anos depois. Além da importância histórica já mencionada, as gotas de água encontradas no Himalaia também nos permitem ter uma ideia de como eram os paleo-oceanos, sobre os quais não se conhecem muitas informações.

A composição e temperatura dos oceanos antigos ainda é um mistério para a ciência e essa descoberta nos permite ficar muito mais perto de aprender sobre eles. Segundo explica Prakash Chandra Arya, autor do estudo, ter dados sobre o assunto é importante para conhecer o clima passado do planeta em períodos ocorridos há milhões de anos e, portanto, para a modelagem climática que será realizada aplicar com as condições presentes e futuras da Terra.

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