Terça-feira, 18 de março de 2025

Terça-feira, 18 de março de 2025

Voltar Britânicos têm de fazer duras escolhas em meio à maior inflação em 40 anos

No Reino Unido, a inflação subiu para 10,1% em julho, com os preços ao consumidor aumentando no ritmo mais rápido desde 1982. Muitos britânicos, sobretudo os mais vulneráveis, que suportaram o impacto dos efeitos da inflação, se prepararam para mais sacrifícios: para dizer “não” com mais frequência aos filhos, para ir a mais supermercados em busca de descontos, para entrar nas filas dos bancos de alimentos e para abrir mão de mais coisas em relação à própria saúde.

Vários deles estão preocupados com o fato de seus líderes terem deixado o país à deriva durante a crescente crise econômica. O governo está envolvido em uma transição de liderança, com o primeiro-ministro Boris Johnson em suas últimas semanas de trabalho no escritório da Downing Street, enquanto se espera pelo anúncio de seu sucessor no dia cinco de setembro. O próprio parlamento não está se reunindo, e a temporada de férias está a todo vapor, com Johnson sendo visto na Grécia durante um fim de semana – sua segunda folga no exterior nas últimas semanas.

Voluntários em bancos de alimentos dizem que foram pegos desprevenidos e agora estão tendo dificuldades para dar conta da situação conforme mais pessoas chegam pedindo ajuda.

Solomon Smith, que dirige o Brixton Soup Kitchen, no sul de Londres, que oferece refeições quentes e outros serviços de banco de alimentos para aqueles passando por necessidades, disse que o número de pessoas recorrendo ao serviço mais que dobrou nos últimos meses.

“As pessoas estão nos falando que não comem de verdade há dias”, disse ele. “Algumas delas se viram obrigadas a entrar em lojas para roubar. Outras não sabem se devem pagar suas contas de gás ou comprar comida.”

O próprio banco de alimentos não escapou do aperto da inflação. De acordo com Smith, foi preciso reduzir as refeições quentes e as compras de alimentos, além disso as doações acabaram.

“Nós simplesmente não temos o suficiente para dar a todos”, disse ele, com a voz embargada. “Não sei como vai ser na próxima semana.”

O governo britânico distribuiu 15 bilhões de libras (cerca de US$ 18 bilhões) em benefícios para as famílias mais vulneráveis. Entretanto, muitos continuam se esforçando para dar conta da atual situação, muitas vezes sendo forçados a fazer escolhas difíceis.

Pessoas em todo o país estão enfrentando problemas semelhantes. No banco de alimentos Blackburn, no norte da Inglaterra, mais pessoas com emprego em tempo integral estão aparecendo por lá, pois os salários não acompanharam a inflação.

“As pessoas estão muito chocadas por terem que vir aqui”, disse Gill Fourie, gerente de operações do Blackburn. “Elas não têm nem gás, nem eletricidade para cozinhar”, disse ela, referindo-se ao aumento dos preços da energia doméstica que devem subir para 3.500 libras (cerca de US$ 4.240) por ano em outubro, o triplo do que eram em 2021. Entretanto, segundo ela, a instalação continua a receber apoio da comunidade.

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