Quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Voltar Brasil perde cinco posições e fica entre os dez piores do mundo em ranking de competitividade digital

Entre os dez piores países em termos de competitividade digital, o Brasil caiu cinco posições no ranking global que avalia o tema e voltou ao mesmo patamar que ocupava antes da pandemia, em 2018 e 2019. O resultado deixa o país na 57° posição global, aponta o Anuário de Competitividade Digital do IMD.

A pesquisa, que mede o nível de competitividade digital de 64 economias, é feita há sete anos e conta, no Brasil, com a análise da Fundação Dom Cabral. Ao todo, 54 fatores são considerados, dentro de três grandes áreas: tecnologia, prontidão para o futuro e conhecimento, setor em que o Brasil teve o pior resultado (57°).

Entre os subfatores que pesaram no resultado deste ano, os pesquisadores destacam o desempenho ruim na avaliação sobre “talentos”, que analisa preparação de mão de obra com foco na economia digital; “capital”, que mede a capacidade de investimento em inovação e tecnologia; e “agilidade empresarial”, que mensura uso de ferramentas digitais e adaptabilidade pelo setor privado.

Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, diz que é preciso criar um “plano de estado” para o desenvolvimento da ciência e tecnologia no Brasil, com um foco em aumentar o ganho de competitividade na economia digital.

“Se a gente olha para os países que despontam no estudo, uma característica em comum entre eles é que o estado foi indutor (da digitalização).É importante ter o incentivo público para a inovação e para geração de riqueza em tecnologia. O ideal é combinar investimento público, tecnologia e eficiência das empresas.”

Desigualdade digital

Globalmente, o estudo do IMD mostra uma consolidação, no topo do ranking, de países da América do Norte, Europa e Ásia. De volta a primeira posição, os EUA lideram a lista, seguidos de Holanda, Singapura, Dinamarca, Suíça, Coréia do Sul, Suécia, Finlândia, Taiwan e Hong Kong.

Na outra ponta, há uma predominância de países da América Latina. Dos dez piores colocados do estudo, seis são países da região: México (54°), Peru (56°), Argentina (61°), Colômbia (62°) e Venezuela (64°), além do Brasil. A lanterna do ranking é completada pela Bulgária (55°), África do Sul (58°), Filipinas (59°), Botswana (60°) e Mongólia (63°).

Para Tadeu, a pesquisa mostra um aumento na concentração de riqueza em tecnologia pelos países que estão mais avançados nessa agenda, e um distanciamento daqueles que são menos competitivos, como o Brasil. Um dos efeitos disso é o aumento da desigualdade na produção de inovação e tecnologia.

“Todos esses países (que estão em posições melhores) têm um plano de inovação que envolve investimento público, investimento privado e tecnologias digitais. Esses países têm feito o dever de casa muito bem feito”, diz o pesquisador, um dos responsáveis pelo ranking no Brasil.

Entre os aspectos em que o Brasil se destacou positivamente, Tadeu chama a atenção para três: gasto público em educação (12º); produtividade de publicações em relação ao valor gasto em pesquisa e desenvolvimento no país (7º) e uso de serviços online que facilitam a interação do público com o governo (11º).

O estudo da IMD é produzido desde 2016, com pesquisadores dos sessenta e quatro países analisados. A análise leva em consideração dados estatísticos nacionais e internacionais, além de uma pesquisa de opinião com executivos.. O objetivo do estudo é mensurar a capacidade de cada país na adoção de tecnologias digitais para governo, setor privado e sociedade de uma maneira geral.

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