Quinta-feira, 19 de maio de 2022
Por Redação Rádio Caiçara | 9 de maio de 2022
O Bitcoin, a moeda digital mais conhecida, atingiu seu menor patamar desde julho de 2021 nesta segunda-feira (9), com a queda dos mercados de ações continuando a prejudicar as criptomoedas, consideradas ativos de risco, assim os papéis de tecnologia.
A cotação do Bitcoin caiu para US$ 32.763 pouco antes das 8h, no horário de Brasília, em sua quinta sessão consecutiva de queda. Por volta das 22h, a moeda era negociada a US$ 30.616, uma queda de mais de 10%.
Só este mês, a criptomoeda caiu 18,6%, perdendo mais da metade de seu valor desde que atingiu o patamar recorde de US$ 69 mil, em novembro do ano passado.
“Acho que tudo dentro da criptomoeda ainda é classificado como um ativo de risco e, semelhante ao que vimos com a (Bolsa eletrônica) Nasdaq, a maioria das criptomoedas está sendo atacada”, disse Matt Dibb, diretor de Operações da plataforma de criptomoedas Stack Funds, com sede em Cingapura.
A Nasdaq caiu 1,5% na semana passada e perde 22% no acumulado do ano, prejudicada pela perspectiva de inflação persistente, que vem forçando o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) a aumentar os juros. Nesta segunda-feira, a Nasdaq desaba mais de 4%.
“Devido ao temor de aumento da inflação, a maior parte dos investidores adotou um enfoque de aversão ao risco”, disse à agência Bloomberg Darshan Bathija, diretor-executivo da bolsa de criptomoedas Vauld.
Dibb citou ainda a habitual baixa liquidez do mercado de criptomoedas nos fins de semana, além do temor de que a stablecoin algorítmica chamada Terra USD (UST) possa perder sua atrelagem ao dólar.
Stablecoins são tokens digitais atrelados a outros ativos tradicionais, geralmente o dólar americano.
A UST é observada de perto pela comunidade cripto, tanto por manter indexação de 1:1 em relação ao dólar, quanto porque seus fundadores estabeleceram planos para construir uma reserva de US$ 10 bilhões em Bitcoins para apoiar a stablecoin. Ou seja, a volatilidade na UST tem o potencial de se espalhar para o mercado de Bitcoins.
O Ether, a segunda maior criptomoeda do mundo, ligada à rede Ethereum, caiu para US$ 2.360 na segunda-feira, o menor nível desde o final de fevereiro.
Esquema de fraude
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos denunciou um brasileiro suspeito de orquestrar um esquema global de fraude de investimento que movimentou US$ 62 milhões (equivalente a R$ 314 milhões). Luiz Capuci Júnior, de 44 anos, é acusado de vendas fraudulentas de pacotes de mineração de criptomoedas para milhares de pessoas.
Capuci é CEO da Mining Capital Coin (MCC). De acordo com a acusação, a empresa enganou os investidores sobre o programa de mineração que traria retorno financeiro em criptomoedas.
Os procuradores americanos afirmam que a MCC vendia “pacotes de mineração” e garantia que os investidores iriam obter lucros substanciais. O dinheiro aplicado seria usado para minerar novas criptomoedas.
Em vez de usar o dinheiro na mineração, Capuci teria desviado os valores aplicados pelos clientes para carteiras de criptomoedas sob seu controle.
“As fraudes baseadas em criptomoedas prejudicam os mercados financeiros em todo o mundo, pois os maus atores enganam os investidores e limitam a capacidade de empreendedores legítimos de inovar neste espaço emergente”, disse o procurador-geral assistente Kenneth A. Polite Jr., da Divisão Criminal do Departamento de Justiça.
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