Quarta-feira, 11 de setembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 6 de julho de 2022
Com inflação acumulada na casa dos 60%, desemprego acima de 12%, o Banco Central zerado e a moeda em desvalorização recorde perante o dólar, a Argentina vivencia um cenário de deterioração econômica potencializado pelo conflito político entre o presidente Alberto Fernández e a vice, Cristina Kirchner.
A rixa entre os governantes atingiu o ápice nos últimos dias, com a renúncia do ministro da Economia, Martin Guzmán, cujas políticas de combate à crise enfrentavam resistência da vice de Férnandez. Na terça (5), Silvina Batakis foi nomeada para assumir a pasta.
A troca no comando, segundo a jornalista Janaína Figueiredo, só aconteceu porque “foi a única que Cristina não vetou”.
“Esse foi o nome de consenso, mas que até agora não disse o que vai fazer. Qual é seu plano de governo? Como ela vai cumprir o acordo com a FMI? Como ela vai equilibrar é a questão fiscal? […] É uma situação tão complexa que você conversa com os economistas argentinos e cada um diz uma coisa diferente. A verdade é que ninguém sabe como tirar a Argentina desse buraco.”
Em Buenos Aires, Janaína ainda diz que o clima nas ruas pode ser definido como uma “epidemia de desilusão”.
“[Para] a geração de 40, 50 anos, é muito mais difícil você migrar nesse momento da vida. Mas os jovens argentinos…É muito impressionante você ver como a grande maioria já pensa em um futuro fora da Argentina. As pessoas não veem o futuro dentro da Argentina.”
Nova ministra
A nova ministra da Economia disse a autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI) que apoia os objetivos de um programa de 44 bilhões de dólares do país sul-americano com o FMI e trabalhará de forma construtiva com o credor global, afirmou nesta quarta-feira (6) a diretora-gerente do órgão, Kristalina Georgieva.
Kristalina disse à agência de notícias Reuters que enfatizará o desejo do FMI de continuar apoiando a Argentina quando conversar com Silvina.
Silvina já conversou com o chefe do departamento para Hemisfério Ocidental do FMI – Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central do Brasil – e se comprometeu a apoiar os objetivos do programa do FMI, que o ex-titular da economia argentina Martín Guzmán negociou para substituir um esquema falido de 2018.
A saída de Guzmán despertou preocupações sobre uma mudança em direção a políticas populistas e mais gastos estatais na Argentina, que enfrenta uma inflação altíssima, ao mesmo tempo que levantou temores de que o novo governo poderia tentar mudar os termos do acordo com o FMI.
“O mundo está realmente mudando muito rapidamente, mas ela se comprometeu com os objetivos do programa e se comprometeu a trabalhar com o Fundo de forma construtiva para atingir esses objetivos”, disse Kristalina.
“A ministra… entende o propósito da disciplina fiscal e também entende que se você quer ajudar os pobres não pode estar em condições de inflação galopante”, completou.
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