Domingo, 13 de outubro de 2024

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Voltar Após tensões eleitorais, diplomatas e assessores tentam abrir caminho para ida de Lula à posse de Milei, no dia 10

Representantes da diplomacia brasileira e argentina intensificaram contatos para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja presente na posse do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, no dia 10 de dezembro.

Além desse objetivo a curto prazo, a diplomacia de ambos os países desejam garantir que com a mudança de governo no país vizinho as relações bilaterais não retrocedam. Desses esforços estão participando, entre outros, o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Júlio Bitelli, e da Argentina em Brasília, Daniel Scioli, que, segundo fontes argentinas, deve permanecer no cargo.

Existe um canal de diálogo aberto entre o embaixador brasileiro e membros do futuro Gabinete de Milei, principalmente a futura ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino.

A presença de Lula na posse é vista como positiva pelos colaboradores de Milei, que disse, nessa quarta-feira (22) que, se for a Buenos Aires, o presidente brasileiro será bem recebido.

“Se Lula quiser vir [à posse] será bem recebido”, declarou o presidente eleito em entrevista a um canal de TV local, quando foi perguntado pela eventual presença do chefe de Estado brasileiro.

Entretanto, o convite ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que viajará com uma delegação expressiva e pretende passar alguns dias na capital argentina é um fator que complica a equação. A situação está evoluindo positivamente, disseram fontes que acompanham os movimentos.

Desde que os esforços foram iniciados, surgiram novos elementos que poderiam contribuir com uma aproximação positiva entre Milei e Lula. O presidente eleito da Argentina teve um contato telefônico com o Papa, a quem antes da eleição acusou de acobertar “ditaduras assassinas” durante a campanha, se referindo aos governos da Venezuela e Nicarágua, e estaria planejando um encontro com Francisco no Vaticano.

Milei também conversou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que já confirmou uma visita, ainda sem data, a Buenos Aires. O presidente eleito argentino também estabeleceu um contato positivo com o governo da China, com o qual disse que não teria relações durante a campanha. Se foi possível aparar arestas nas relações com o Papa e manter um diálogo civilizado com Biden, é possível imaginar que Lula poderia ser o próximo da lista. Mas o cenário ainda é incerto.

Na noite do último domingo, quando foi confirmada a vitória de Milei com mais de 55% dos votos, Lula publicou uma mensagem nas redes sociais parabenizando a Argentina por uma eleição democrática, sem mencionar o nome do eleito.

Durante a campanha, Lula nunca escondeu sua preferência pelo peronista Sergio Massa, mas tampouco atacou diretamente Milei. Já o então candidato à Presidência argentino referiu-se a Lula como corrupto e comunista, em uma entrevista ao jornalista de TV peruano Jaime Bayly. O presidente brasileiro não reagiu, e, segundo fontes do Palácio do Planalto, não vai reagir a eventuais futuras bravatas do argentino, que se considera amigo pessoal de Bolsonaro.

 

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