Sábado, 27 de julho de 2024

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Voltar Após encontro com Nicolás Maduro sobre a região de Essequibo, presidente da Guiana afirma que não vai mudar mapa do seu país

Os presidentes da Guiana, Irfaan Ali, e da Venezuela, Nicolás Maduro, se encontraram nesta quinta-feira (14), em São Vicente e Granadinas, país do Caribe, para tentar resolver o impasse sobre a região de Essequibo. O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, foi enviado ao encontro. Ali disse que não vai permitir mudanças no mapa de seu país.

“Exijo respeito à nossa soberania”, disse Irfaan Ali em entrevista a jornalistas após a reunião. “Não há narrativas, propagandas que vão alterar o mapa de Guiana”.

Já o governo da Venezuela afirmou que os dois países se mostraram dispostos a “continuar com o diálogo” sobre o território, que representa 70% da Guiana.

“A Venezuela e a Guiana manifestam a sua vontade de continuar o diálogo, para resolver a controvérsia em relação ao território de Essequibo”, informou a conta no X da Imprensa Presidencial Venezuelana.

Celso Amorim e o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas Ralph Gonsalves, também atual presidente de turno da Comunidade de Estados Latino-Americanos (Celac), atuaram apenas como observadores, ou seja, não poderão ter qualquer interferência nas decisões.

O encontro tem sido visto como um primeiro passo para aplacar os ânimos de uma crise após a Venezuela aprovar a anexação de Essequibo em um referendo com a participação da metade da população.

Em setembro deste ano, a Assembleia Nacional da Venezuela convocou um referendo sobre a região de Essequibo.

Antes da votação, o Tribunal Internacional de Justiça decidiu que o governo de Nicolás Maduro se abstenha de tomar qualquer tipo de ação que possa alterar a situação do território. No entanto, o Tribunal não impediu a realização do referendo. O governo venezuelano informou que mais de 95% da população votou pela anexação do território, que compõe 70% da Guiana.

Dias depois, o líder venezuelano anunciou a criação da zona de defesa integral da Guiana Essequibo e nomeou um general como “única autoridade” da área. O presidente da Guiana, Irfaan Ali, considerou a medida uma ameaça ao território e pediu por uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

O Equador apresentou, durante a reunião fechada nas Nações Unidas, um texto que pede que Venezuela e Guiana cheguem a uma solução pacífica para a disputa sobre o território de Essequibo e que haja respeito às regras do direito internacional.

Essequibo

A região, com mais de 160 mil metros quadrados, equivale a 70% do território da Guiana. A área tem uma população de mais de 125 mil pessoas. A língua oficial é o inglês, por se tratar de uma região que é ex-colônia da Grã-Bretanha.

Sendo uma região rica em recursos naturais, florestais e agrícolas, a principal fonte de renda é a extração de petróleo e as reservas de ouro. Seus habitantes obtêm recursos principalmente das florestas tropicais, das plantações de cana, dos campos de açúcar, de arroz e da pesca.

Em 2015, uma descobriu petróleo na área reivindicada pela Venezuela. Desde então, a Guiana mostrou crescimento econômico significativo. Só em 2022, a economia do país cresceu 60%. Atualmente, o país produz cerca de 400 mil barris de petróleo e gás por dia.

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