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Por Redação Rádio Caiçara | 20 de novembro de 2023
Após cerca de dois meses de indefinição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está inclinado a indicar nos próximos dias o vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet para chefiar a Procuradoria-Geral da República (PGR). O comando do Ministério Público Federal está vago desde o fim de setembro, com a aposentadoria de Augusto Aras.
A se confirmar o nome de Gonet, essa escolha alça Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), ao status de mais cotado para o Supremo Tribunal Federal (STF) numa conjuntura em que o ministro da Justiça, Flávio Dino, perdeu a condição inicial de favorito.
A fórmula contemplaria o STF e não contraria o Congresso, segundo fontes do Palácio do Planalto. Gonet tem o apoio dos ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e outros integrantes da Corte. Ele também conquistou simpatia após ter proferido voto veemente pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, em junho.
Com esse arranjo, Lula ficaria livre para nomear, nas palavras de uma fonte do Planalto, um ministro puro-sangue para o STF. Messias seria esse nome, considerado de perfil conciliador e com apoio do PT puxado pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). No STF ele deve de início atuar em dupla com Cristiano Zanin de quem é próximo.
Nem ministros do STF queriam um nome que pudesse causar atritos no tribunal agora. Segundo essas fontes, Flávio Dino desde o início mostrou-se uma escolha de custo político muito alto para Lula.
O estilo combativo do ministro gerou resistência na Câmara dos Deputados e no Senado. O governo também constatou que deslocá-lo para o STF seria desfalcar o governo de um dos ministros mais atuantes na disputa política, sobretudo nas redes sociais.
No Planalto, a percepção é de que a agenda com a “dama do tráfico” com secretários do Ministério da Justiça desgastou Dino. Mas isso não foi determinante para deixá-lo mais distante do STF.
Flávio Dino
A crise política na qual se envolveu o ministro da Justiça, Flavio Dino, deve embolar a disputa pela cadeira vaga no STF, segundo aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alvo de críticas após um secretário ter recebido no gabinete da pasta a esposa do traficante Tio Patinhas, conhecida como “dama do tráfico”, Dino, que vinha sendo apontado como favorito na disputa, perdeu força. O novo momento abriu espaço até para nomes que correm por fora.
Um dos cotados que emergiu, nos últimos dias, é Wellington Cesar Lima, secretário especial de Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Segundo interlocutores, ele vinha trabalhando nos bastidores, fazendo campanha de “submarino”, de acordo com uma fonte, mas passou, recentemente, a ser citado com mais ênfase por aliados próximos. O secretário tem a seu favor o fato de ser homem de confiança do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Por outro lado, Wellington Cesar fez carreira no Ministério Público, onde foi procurador-geral de Justiça do MPE da Bahia. Esse detalhe da carreira do secretário é um dos fatores que faz com que ele enfrente certa resistência no partido do presidente, o PT.
No Ar: Clube do Ouvinte