Terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

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Voltar Após 15 anos, pré-sal produz 78% do petróleo no País

Num cenário em que se debate a necessidade de reduzir emissões, o petróleo ainda mantém o protagonismo. No Brasil, o pré-sal segue com papel relevante na produção, embora se vislumbre declínio dos volumes até a próxima década. A nova fronteira exploratória, situada entre Santa Catarina e Espírito Santo, foi anunciada em 2006 e teve o primeiro óleo comercial produzido em 2 de setembro de 2008, há exatos 15 anos. Hoje, ela responde por 78% da produção nacional de petróleo, segundo a Empresa de Pesquisa Energética.

O primeiro óleo comercial produzido no pré-sal surgiu há 15 anos, em 2 de setembro de 2008. A nova fronteira exploratória foi decisiva para o País tornar-se exportador de petróleo, embora ainda dependa de importações de derivados.

Em 15 anos de operação, o pré-sal produziu 5,5 bilhões de barris de petróleo. O volume corresponde a cerca de 25% dos 23 bilhões de barris extraídos desde que o Brasil começou a produzir a commodity, em 1941, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Se fosse um país, o pré-sal ocuparia o 11º lugar no ranking mundial de produtores de petróleo, diz a Petrobras.

O pré-sal tem papel relevante na produção, embora se vislumbre um declínio dos volumes até o início da próxima década. Hoje o pré-sal responde por 78% da produção nacional de petróleo e esse percentual deve ultrapassar 80% em 2032, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). “Esperamos que a produção de petróleo no Brasil chegue ao fim de 2023 em cerca de 3,5 milhões de barris por dia e deve subir até 2028 para 5 milhões de barris por dia, impulsionado pelo pré-sal. Desses 5 milhões, o pré-sal deve representar 3,9 milhões em 2029”, disse Heloísa Borges, diretora de estudos de petróleo, gás natural e biocombustíveis na EPE.

Região geológica

O pré-sal é uma região geológica na qual a exploração e produção se dá em águas ultraprofundas. Na região, o leito marinho pode estar até 3 mil de metros de profundidade. Após atingir o fundo do mar, as sondas ainda precisam perfurar cerca de 5 mil metros de rocha ou mais, incluindo a camada de sal, até atingir o reservatório de petróleo.

Em 2010, a exploração e produção de petróleo no Brasil, que era baseada em contratos de concessão, passou a contar também com o regime de partilha para blocos nas áreas do pré-sal, segundo o qual a Petrobras seria o operador em todas as áreas, com participação mínima de 30%. No regime de partilha, as petroleiras atuam como prestadoras de serviços e destinam parte da produção ao governo na forma de “óleo-lucro”.

Nesse mesmo ano, a Petrobras assinou com a União o contrato da cessão onerosa, que deu o direito à estatal de explorar um volume de até 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) em seis blocos do pré-sal na bacia de Santos mediante pagamento de US$ 42 bilhões à União. Os valores foram revistos em acordo assinado em 2019.

Agentes da indústria dizem que a existência de diferentes tipos de contrato resultou do interesse do governo à época de se apropriar de parte da riqueza do petróleo. A Pré-Sal Petróleo (PPSA) estima que a União vai receber cerca de US$ 344 bilhões em recursos dos contratos de partilha até 2031, sendo US$ 157 bilhões com a comercialização do óleo do pré-sal, US$ 100 bilhões em royalties e US$ 87 bilhões em tributos.

Resultado esperado

“Depois de 15 anos, o pré-sal está trazendo o resultado que se esperava. Essa etapa da viabilidade técnica e econômica foi superada há muito tempo atrás”, disse Décio Oddone, ex-diretor-geral da ANP. As áreas de produção estão concentradas entre as bacias de Santos e Campos, situadas em 22 campos. Alguns deles, inclusive, têm contratos de produção no pré e no pós-sal. Só a Petrobras possui 56 plataformas em operação, sendo 31 no pré-sal.

A previsão da Petrobras é de incorporar até 2027 mais 14 plataformas flutuantes do tipo FPSO, sendo 11 no pré-sal. A sigla designa unidades que produzem, estocam e escoam petróleo e gás.

Hoje, segundo a Petrobras, o pré-sal responde por mais de um terço da produção da América Latina. O volume acumulado produzido desde o início da produção da região ultrapassa países reconhecidos como nomes tradicionais do setor, casos de México, Noruega e Nigéria.

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