Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 7 de agosto de 2023
Ex-ajudantes de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro excluíram, pelo menos, 17.354 e-mails funcionais de suas caixas de entrada. O material foi enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Extremistas de 8 de janeiro.
A relação de e-mails foi encontrada na pasta “Lixeira” de cada um dos ajudantes de ordem. De acordo com a empresa responsável pelo programa de gestão de e-mails, para que os itens fossem excluídos definitivamente, era preciso ir até a “Lixeira” e excluir novamente a relação.
Apenas o ajudante de ordens Danilo Calhares não tinha e-mails excluídos ainda na caixa. Ele tomou posse como ajudante de ordens em dezembro de 2020, e o primeiro e-mail na caixa de entrada é de novembro de 2022. Ou seja, ele conseguiu executar a exclusão definitiva dos e-mails.
Foi na lixeira de e-mails de Mauro Cid, coordenador-geral dos ajudantes de ordem, que aparece o e-mail de Maria Farani, ex-assessora do gabinete pessoal da Presidência, sobre a tentativa de venda de um Rolex por US$ 60 mil – o equivalente, hoje, a R$ 292 mil. O relógio, segundo mensagens dos ajudantes de ordens, foi recebido em viagem oficial.
Já na “lixeira” de Osmar Crivelatti, que hoje trabalha como servidor de apoio ao ex-presidente Bolsonaro, que aparece o e-mail falando sobre a existência de pedras preciosas recebidas por Jair Bolsonaro durante uma viagem de campanha pela reeleição, em outubro de 2022, para Teófilo Otoni (MG).
Veja quantos e-mails foram excluídos pelos ajudantes de ordens, mas permaneceram na pasta Lixeira:
*6.096 e-mails na pasta de itens deletados de Osmar Crivelatti
*5.705 e-mails na pasta de itens deletados de Marcelo Câmara
*4.212 e-mails na pasta de itens deletados de Mauro Cid
*769 e-mails na pasta de itens deletados de Cleiton Holzschuk
*376 e-mails na pasta de itens deletados de Daniel Luccas
*125 e-mails deletados na pasta de itens recuperados de Adriano Teperino
*71 e-mails deletados na pasta de itens recuperados de Jonathas Coelho.
Imagens
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o ministro da Justiça, Flávio Dino, encaminhe as imagens dos circuitos interno e externo do Ministério captadas no dia 8 de janeiro à CPMI que investiga os atos extremistas.
Moraes argumentou que, “na presente hipótese, não está caracterizada qualquer excepcionalidade que vede a cessão e compartilhamento de imagens à CPMI”. O ministro ainda afirmou que a comissão “deverá analisar a eventual publicização ou manutenção do sigilo em virtude das diligências em andamento”.
“À consagração constitucional de publicidade e transparência corresponde a obrigatoriedade de o Estado fornecer as informações necessárias à Sociedade”, escreveu Moraes no despacho.
“O acesso às informações consubstancia-se em verdadeira garantia instrumental ao pleno exercício do princípio democrático, que abrange “debater assuntos públicos de forma irrestrita, robusta e aberta”, de maneira a garantir a necessária fiscalização dos órgãos governamentais, que somente se torna efetivamente possível com a garantia de publicidade e transparência”, prosseguiu o ministro.
Dino não atendeu os pedidos da CPMI para ter acesso às imagens captadas pelas câmeras do Palácio da Justiça no dia da invasão golpista às sedes dos Três Poderes. O ministro alegou que os arquivos não poderiam ser divulgados para preservar as investigações criminais em andamento no próprio STF.
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