Terça-feira, 25 de março de 2025

Terça-feira, 25 de março de 2025

Voltar A vaga da ex-ministra Rosa Weber já ganhou data provável para ser preenchida: a semana que se segue ao feriado de 15 de novembro

Ainda sem um nome favorito, a vaga da ex-ministra Rosa Weber já ganhou data provável para ser preenchida. A folhinha dos ministros palacianos reservou a semana que se segue ao feriado de 15 de novembro como aquela escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer o anúncio.

Ninguém crava o nome, mas esta data surgiu depois da derrota do governo na indicação de Igor Roberto Roque para o cargo de Defensor Público da União. Até então se cogitava que a escolha havia sido deixada para janeiro.

A derrota imposta ao governo pelo Senado reequilibrou os pratos da balança devolvendo ao presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, chances até então ofuscadas pelo favoritismo do ministro da Justiça. Somem-se a isso as cobranças que recaem sobre Flávio Dino pela crise na segurança pública do Rio.

E, finalmente, a decisão do governo de questionar a meta fiscal de 2024 impõe a necessidade de facilitar o diálogo entre Executivo e Legislativo na questão orçamentária, tema – e espaço – em que Bruno Dantas, indicado para o TCU na vaga que coube ao Senado em 2014, navega com mais fluidez que Dino e que o terceiro cotado para o Supremo, o ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias.

Dantas nunca deixou de trabalhar sua “base eleitoral”, mas passou a fazê-lo com mais discrição depois que sua candidatura começou a ser embalada como a de um nome que seria preferível a Lula ter a seu lado do que contra si.

Dantas esteve com velhos companheiros de Lula, como o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamoto, e tem no ministro da Casa Civil, Rui Costa, seu principal cabo eleitoral no Palácio do Planalto.

Lealdade

Ninguém questiona a lealdade de Messias ao presidente, nem a “candidatura natural” do ministro da AGU ao Supremo. Foram ocupantes da pasta os atuais ministros do STF, Gilmar Mendes, e Dias Toffoli. Este, porém, foi indicado por Lula no seu segundo mandato, na quarta vaga que se abriu à sua escolha.

Dino preserva os predicados de sua proximidade com o presidente: único ministro anunciado em praça pública ainda durante a campanha e aquele com quem Lula se permite se emocionar. Se estivesse sob um céu de brigadeiro, não teria para ninguém.

Seu favoritismo, porém, foi matizado pela crise da segurança pública. Por um lado, a GLO nos portos e aeroportos não era a primeira opção do ministro da Justiça. Por outro, sua ida para o Supremo o pouparia de novos desgastes numa pasta difícil. Somem-se a isso as dificuldades do presidente no Senado, Casa em que Dino também enfrenta resistências – na bancada bolsonarista mas não apenas.

A situação do Executivo no Senado torna-se mais tensa à medida em que se aproxima a sucessão da mesa diretora. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tem acolhido demandas da pauta anti-STF da bancada bolsonarista numa sinalização a Lula de que é este o caminho que pode vir a tomar se o governo não demonstrar apoio – ou ao menos neutralidade na disputa – à volta do senador Davi Alcolumbre (União-AP), hoje presidente da Comissão de Constituição e Justiça, à presidência da Casa.

Lula já deu sinais de que preferiria ter no cargo o senador Otto Alencar (PSD-BA). A preferência subverte a via desejada pelos caciques partidários, a de ter um nome de sua preferência acolhido pelo presidente da República, e não o inverso. Alencar não seria a primeira escolha do presidente do seu partido. Gilberto Kassab também já demonstrou interesse em filiar o senador Eduardo Gomes (PL-TO) ao PSD para fazer dele o líder do governo no Senado, função hoje ocupada pelo senador Jaques Wagner (PT-BA).

É um passo para fazer de Gomes um novo “Romero Jucá”, ex-senador que se notabilizou por ter sido líder tanto do governo Fernando Henrique Cardoso quando do governo Lula. O senador pelo Tocantins foi líder do governo Bolsonaro. O fortalecimento do PSD no Senado ameaça o protagonismo da dupla Pacheco-Alcolumbre.

 

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No Ar: Bom Dia Caiçara