Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 9 de maio de 2023
A Petrobras vai decidir nas próximas semanas o caminho que vai tomar em relação à sua participação na Braskem, depois de a petroquímica ter recebido nova proposta de compra pela Companhia Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc) e o fundo americano Apollo. A oferta pode superar R$ 37 bilhões. Segundo fontes, por ter direito ao chamado “tag along” (vender ao mesmo preço do controlador), o valor que seria adicionado ao caixa da estatal com uma possível venda da fatia acionária teria um peso relevante no seu resultado financeiro. Mas a contradição de se desfazer de um ativo, após suspender todos os desinvestimentos que estavam em andamento, levou a petroleira a estudar uma possível troca de ações.
Refinaria
Uma das ideias na mesa, segundo fontes, seria fazer uma parceria com o fundo árabe Mubadala, com o qual a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu em abril em Abu Dhabi, com troca de ações da ex-Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, hoje Refinaria de Mataripe, por ações da Braskem.
Viagem
A visita de Lula a Abu Dhabi pesou na decisão da Adnoc de entrar na briga. Em um iftar – refeição celebrada após o pôr do sol durante o ramadã – Lula foi recebido pelo xeque Khalifa bin Zayed Al Nahyan, que é diretor do Conselho Supremo do Petróleo, e cuida de todos os negócios de petróleo no emirado.
No encontro, estavam presentes representantes de fundos soberanos, incluindo o Mubadala, e também de outras empresas árabes. O tema das conversas foram justamente investimentos no Brasil. Abu Dhabi é o maior investidor do Oriente Médio no País, com aportes que superam US$ 10 bilhões, de acordo com o governo brasileiro.
A Adnoc é a 12ª maior empresa produtora de petróleo do mundo e, ao comprar da Braskem, conseguiria ter uma plataforma petroquímica nas Américas, observa uma fonte. Se confirmado o negócio, seria a quarta maior fusão e aquisição (M&A, em inglês) no mundo este ano.
Já a proposta de troca de ações segue a avaliação do atual presidente da companhia, Jean Paul Prates, que desde que assumiu o cargo afirma que não faz sentido vender ativos, e chegou a dizer que poderia comprar mais participação na Braskem.
A Braskem informou que a Novonor, sua controladora, recebeu uma proposta não vinculante que será avaliada em conjunto com as demais partes interessadas. A Petrobras tem 47% das ações com direito a voto e 36,1% do capital total da Braskem. Oficialmente, a estatal diz que não comenta.
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