Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 27 de dezembro de 2022
O assassinato da atriz Daniella Perez, de 22 anos, completa nesta quarta-feira (28), 30 anos. O crime chocou o País e levou à condenação do ator Guilherme de Pádua, que morreu em novembro, e da mulher dele, Paula Thomaz.
O caso culminou em uma mobilização popular voltado ao endurecimento penal para ocorrências de homicídio qualificado. A escritora Glória Perez, mãe de Daniella, falou sobre os motivos que a levaram, há três décadas, a iniciar uma campanha nacional pela inclusão desse tipo de homicídio no rol de crimes hediondos.
“A lei dos crimes hediondos foi criada em 1990 e endurecia a mão da Justiça para crimes que classificava como hediondos: todos eles contra o patrimônio. Não foi incluído na lei o homicídio qualificado. Por mais hediondo que pudesse ter sido o cometimento do crime, ele não era hediondo do ponto de vista da lei. O que a campanha de assinaturas fez foi incluir nessa lei o homicídio qualificado”, disse a diretora.
E continuou: “Há um artigo na Constituição que permite que o povo possa fazer passar uma lei. Precisávamos, na época, de um milhão de assinaturas. O cálculo é feito tomando como base a população do País e as assinaturas teriam que vir de todos os Estados. Não havia internet. As listas passavam de mão em mão, e chegavam de todos os cantos. Circulavam nas escolas, cantores e atores as deixavam nas portas dos teatros, das casas de show, foram assinadas por Chico Xavier, por d. Evaristo Arns”.
Popular
“Foi uma campanha realmente popular, um grito contra a impunidade. Em apenas três meses, sem internet e sem apoio de nenhum grande veículo de imprensa, conseguimos reunir 1,3 milhão de assinaturas que foram levadas ao Congresso e resultaram na primeira emenda popular do País”, disse Glória.
“A campanha apontou o caminho e, a partir daí, muitas outras emendas populares foram apresentadas e também se transformaram em lei”, afirmou.
Punição
Sobre a punição dos culpados, Glória é franca: “Os assassinos da minha filha ficaram cerca de seis anos presos e depois foram curtir a vida. O que eu sinto: a vida da minha Dany saiu muito barato. A vida humana é muito barata por aqui”.
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